O universo é de real majestosidade, os átomos que se encaixam perfeitamente, as moléculas que se formam através desses átomos, tudo parece...
O universo é de real majestosidade, os átomos que se encaixam perfeitamente, as moléculas que se formam através desses átomos, tudo parece estar harmoniosamente encaixado.
Assim como a maioria das pessoas durante séculos de existência social pensaram, você também deve estar pensando:
- Como pode tudo estar tão bem organizado assim?
Grande questão, também estou intrigado, por isso, comecei minha longa viagem cerebral para entender como essa organização pode ocorrer tão fluidamente.
Como é de costume, o primeiro passo que damos é justificar tudo isso com uma única palavra : Deus. Não importa em que lugar do mundo você esteja, essa é a forma mais usada, embora não seja a favorita por muitos, temos que ela é a mais convincente.
Deus, o não conceituável
Não a nada mais simples do que explicar a existência de algo atribuindo-a o surgimento por algo supra físico.
Então, ignorarei completamente essa ideia preguiçosa de atribuição supra física. Se Deus realmente existe, explicá-lo não deveria ser possível, já que nada tão poderoso realmente deveria ser explicável ou conceituado.
CONCEITO, essa palavra me veio a cabeça de forma devastadora. O que é conceito? Nunca havia parado para pensar nisso, embora, muitos antes de mim tenham se deparado com esse mesmo elemento frasal.
Por que o ser humano conceitua tudo ao ser redor? Por qual razão algo realmente é conceituado? Quem conceituou pela primeira vez? Existe realmente um conceito?
Bem, se analisarmos minunciosamente nós humanos como animais, perceberemos que diferente de muitos daqueles pertencentes a animália, nós conceituamos objetos, mais do que isso, conceituamos ideias.
Eis que está a questão que contorce meus miolos, como conceituamos elementos que não existem? E vou além, por que devemos conceituá-los e como os conceitos dados a eles realmente devem ser vistos por outros sendo que são apenas ideias presentes em nossa cabeça?
Pense em um elefante rosa, o elefante que você pensou tem um rabo, dois olhos e uma boca? Ele tem quatro patas e uma pele enrijecida? A pele dele é cor de rosa? Interessante, acho que você pensou o mesmo que eu, certo? Mas e para alguém que nasceu cego? Esse elefante vai ser igual ao que realmente pensamos?
A partir de que momento algo é realmente real e a partir de que momento aquilo passa a ser um conceito? Quando partimos do pré-requisito de que somos animais, conseguimos entender que conceituar elementos é nada mais nada menos que uma adaptação de sucesso.
Se o ser humano tivesse surgido em uma caverna escura e se adaptado a esse meio, perdendo gradativamente a visão e aguçando seu tato, por exemplo, o que seria um elefante rosa para ele? Ele nunca saberia pensar nisso, não por que ele é desprovido do conhecimento desse animal e dessa cor, mas sim por que ele não possuí a capacidade de conceituar algo que ele não vê.
Como crer e não crer no não conceituável?
Agora vamos falar mais de Deus, como se pode conceituar algo que não vemos? Como se diz que ele é onipotente, onisciente e onipresente sendo que ao menos temos a capacidade de compreender esses conceitos? Se você ainda acha que esses conceitos são fundáveis, vou lhe mostrar que não são.
Basta imaginar algo onipotente, ou algo onisciente, ou algo onipresente, o que é possível apresentar com tais características? Se são conceitos, como podemos conceituar algo a partir de conceitos que sequer são conceituáveis ao ponto humano de raciocínio?
Explique a si mesmo, o que é infinito. Você deve pensar que é algo que não tem fim, certo? Mas mesmo algo que não tem fim, tem um começo certo?
Pensemos em uma reta que vai de 0 a 1, outra que vai de 0 a infinito e outra que vai de infinito a infinito passando por zero. Dessas, você pode me dizer que a terceira opção possuí um meio, que passa por zero, mas se eu te disser que isso é errado?
Assim como temos Deus como um conceito, é impossível defini-lo a partir do ponto de que não temos seu conceito como algo pensável antes e depois dele em questão hierárquica. Não existe algo acima de Deus, e não há algo abaixo dele, pois ele é nada mais que um conceito, e como já expliquei, um conceito é relativo, assim, não é possível pensar sobre o mesmo, nem se quer tentar entendê-lo.
A zona do fracasso mental
A partir do momento que tenta-se conceituar algo como Deus, você passa a entrar numa zona de pensamento que chamo de zona do fracasso mental. Nessa zona entram os crentes e os não crentes, pois para crer você tem que ter algo conceituado, e para não crer, você deve apresentar um conceito que mostre que o conceito para crer não lhe proporciona satisfação.
Voltando a reta antes apresentada, agora vamos a reta de 0 a 1, nesses dois pontos, novamente temos um conceito de meio, nesse caso, 0,5. Mas agora esse meio é mais palpável, pois temos um limite. Assim trabalha o conhecimento humano. Você sempre tem um conceito e seu antônimo.
Sempre que temos dois conceitos, temos automaticamente três conceitos, o terceiro conceito, chamamos de neutralidade, que é nada mais nada menos que a não capacidade de reconhecer os dois conceitos.
Quente e frio são conceitos opostos, assim, o seu meio, a neutralidade, é nada mais nada menos que a incapacidade de distinguir a diferença entre esses dois pontos, a impossibilidade de dizer se está ligeiramente mais frio ou ligeiramente mais quente.
Assim pondo o Ateísmo em um lado, e o teísmo no outro, o agnosticismo se vê ao meio dos dois conceitos.
Mas como já expliquei, é impossível conceituar Deus, assim como é impossível negar seu conceito, já que ele não é conceituável. Logo, o que é o agnosticismo?
O agnosticismo como estado natural
Agnosticismo é o estado natural do homem. É o estado que todo ser humano ao vir ao mundo se encontra, antes de qualquer tentativa de reconhecer o ambiente ao seu redor, antes de ser implicado pela sua própria natureza de buscar entender o mundo.
Logo, o estado agnóstico é o estado puro e mais corruptível do ser humano, e realmente conseguir enxergá-lo, é voltar a sua origem existencial, e quando não se consegue alcançar esse ponto, chegamos ao estado de "crise existencial", mas isso fica para uma próxima, mas e você, qual é seu ponto de vista sobre conceitos? Larga aí nos comentários!