A bizarra e bem sucedida evolução das baleias

Baleias, animais tão aptos á água que fora dela não sobrevivem poucas horas. Mesmo sendo mamíferos, nossas colegas aquáticas apresentam uma ...

Baleias, animais tão aptos á água que fora dela não sobrevivem poucas horas. Mesmo sendo mamíferos, nossas colegas aquáticas apresentam uma pele escura e uma camada de gordura absurdamente espessa, fazendo com que fora do ambiente aquático, elas entrem um processo de quase cozimento.

Outro ponto sobre esse animal, é que ele sofreu adaptações compatíveis a uma vida aquática. Nos oceanos, compostos de água e sal, tem-se que a densidade é maior, portanto, a gravidade causa menos impactos ao corpo dos seres que ali vivem (por isso 'flutuamos' na água com os pulmões cheios, a densidade dela é maior que a do nosso corpo inflado), esses animais, quando fora desse ambiente, "caem sobre si mesmos" e acabam se danificando.

Esse colapso que ocorre durante a troca de ambientes, torna a respiração desse animal complicada, já que os pulmões ficam asfixiado por todo o peso do animal, assim, ela passa a receber menos oxigênio, e morre.

Mas vamos ao ponto, por que uma baleia não sobrevive ao ambiente terrestre sendo que ela é um mamífero? E vou mais fundo, você sabia que o ancestral de todas elas, era na verdade um ser terrestre?

As baleias e golfinhos, acredite se quiser, são parentes próximos aos hipopótamos e porcos, porem, seguiram o caminho "errado" e retornaram a água. Uma das grandes adaptações desses animais foi o ouvido interno, portanto, entram na categoria de cetáceos, ou seja, todos aqueles com ouvido interno, são considerados cetáceos. Mas que tal entendermos os animais que surgiram nesse processo?

Pakicetus, o nadador primitivo

Adaptações do Pakicetus, um ancestral das baleias modernas.

Nosso primeiro colega na escala evolutiva é o Pakicetus, que viveu no Eoceno, ele é bem semelhante a um cão a primeira vista, porém ele já se encaixa na infraordem dos Cetáceos, já que seu ouvido era interno, o que fez com que ele se encaixasse entre os golfinhos e baleias. O Pakicetus era considerado um animal aquático, mas não tão apto a ela, algo como um anfíbio. A imersão desses animais provavelmente foi pela necessidade de alimentos no ambiente aquoso.

O Packicetus apresenta alguns elementos corpóreos que mostram sua ligação aos atuais cetáceos, podemos citar:

• Olho posicionada mais acima, que é essencial para viver dentro da água, já que assim, ele pode passar mais tempo dentro dela. Como? Simples, com os olhos encontrando-se na parte mais anterior do crânio, o focinho fica mais a frente, logo, para respirar não é necessário tirar toda a cabeça para fora.
• Seu crânio também é mais grosso, o que permite uma melhor captação sonora dentro da água.

Ambulocetus, chegando lá

Adaptações do Ambulocetus, um ancestral das baleias modernas.

Nosso amigão que vem nessa escala é o Ambulocetus, esse animal já tá quase lá, praticamente vivendo o tempo inteiro de baixo da água. Seu corpo já é maior e sua locomoção deveria ocorrer principalmente com ondulações corpóreas. Ele era morfologicamente parecido com um crocodilo: focinho comprido, mandíbulas fortes e dentes afiados, o método de abater a vitima deveria ser semelhante: com ataque brutos e violentos. O Ambulocetus apresentava várias adaptações como:

• Adaptação no nariz, que permitia engolir alimento dentro da água.
• Olhos posicionados ainda mais anteriormente no crânio.
• Cauda poderosa usada no nado, como é hoje nas baleias modernas.
• As pernas traseiras encurtadas e os pés com região de contato ampliados permitiram o uso desses membros como um remo.

Rodhocetus, um nadador profissional

Adaptações do Rodhocetus, um ancestral das baleias modernas.

O Rodhocetus já é um nadador mais que profissional, ele é especialista nessa área. Com uma cauda em forma de leme, nosso amigo já é bem mais próximo das baleias modernas. Ainda apresenta membros, porém, nesse ponto eles se encontram muito mais como nadadeiras do que como patas. Algumas das adaptações do Rodhocetus são:

• Ossos do tornozelo voltados para trás.

Dorudon, só fica lá

Representação da adaptação do Dorudon

Dorudons são os representantes nesse processo evolutivo com semelhanças muito próximas e quase indistinguíveis das baleias modernas, com exceção da existência do membro  traseiro, que nessa altura já praticamente sumiu, e existe apenas como órgão vestigial. No caso do Dorudon, trabalharemos com os processos faltantes para ele chegar em uma "baleia completa":

• Narinas voltando para trás, como vimos, os olhos haviam retornado para trás, mas agora, quanto mais aquático se tornam os seres, mais tempo todo o corpo de mantem para baixo. Por isso, as narinas vão se voltando para trás, para que apenas a parte superior da cabeça fique para fora.
• Ausência do orgão do epermacete, essencial na comunicação dos cetáceos modernos.

Balaena, Eubalaenas e Balaenopteridae

Esqueleto de Eubalaena glacialis

Balaena é o gênero que agrupa as as baleias polares, já as Eubalaenas concentram as espécies "franca", esses dois genêros apresentam baleias carnívoras de cabeça grande.

Baleia-azul adulta

As Balaenopteridae é a família das famosas baleias de Barba, baleias grandes que filtram a água por suas barbas, órgão que permite uma grande expansão da boca na hora de se obter o alimento.

Bom, essa é a bizarra e bem sucedida evolução das baleias! Diga-me você o que acha desse processo nos comentários!

Fontes:
Pesquisa sobre a Origem e Evolução Antecipada das Baleias (Cetáceos)
AVPH Dorudon
Pakicetus
Ambulocetus
Rodhocetus
Da terra a água: a origem das baleias, golfinhos e botos
Família Balaenopteridae
Eubalaena
Balaena